No coração da Serra do Açor, no concelho da Pampilhosa da Serra, a Aldeia do Xisto de Fajão é abraçada por uma paisagem de rara beleza. Por aqui há altos penedos e vales profundos, por onde serpenteia o Rio Ceira.
Encaixada numa pitoresca concha da Serra do Açor, sobre a nascente do Rio Ceira e entre altos e gigantescos penedos de quartzito, que fazem lembrar antigos castelos naturais, a Aldeia do Xisto de Fajão é considerada um viveiro de cultura das terras do interior centro do país.
Tem o seu próprio museu, com o nome do Monsenhor Nunes Pereira, cujo espólio inclui xilogravuras, aguarelas de Fajão e objetos pertencentes à história da aldeia (como o seu primeiro telefone
público).
Além disso, a aldeia é muito conhecida pelos seus contos. Os tradicionais Contos de Fajão são 24 textos recolhidos e publicados em 1989 pelo olhar atento, sensível e perspicaz de Monsenhor Nunes Pereira. São o testemunho da riqueza lendária da região. E são também, em muitos casos, lições de vida.
O autor juntou à arte da escrita a arte do desenho, criando uma xilogravura sobre cada conto. Muitos dos contos remontam à Idade Média e o Juíz de Fajão é simultaneamente personagem e símbolo do espírito do autor, transmitido de geração em geração. Valioso património de Fajão, estes contos assemelham-se aos alemães contos de Beckum.
O que visitar na Aldeia do Xisto de Fajão
Fajão é uma das dez freguesias do concelho da Pampilhosa da Serra. Além da sua beleza paisagística, vasto é o seu património material e imaterial. O casario em xisto, típico da arquitectura da região, é para ser apreciado ao detalhe.
A relação entre o xisto – ora de tom escuro, ora de tom ocre – e as madeiras de portas e janelas; os telhados em lousa e as carpintarias de linhas sóbrias são alguns dos pormenores a ver com calma. Além disso, aconselhamos a visita aos seguintes locais.
Museu Monsenhor Nunes Pereira
Como referido, o Museu Monsenhor Nunes Pereira mostra uma vasta obra em xilogravura, aguarelas e objetos pertencentes à história da aldeia. A instituição foi dedicada a Augusto Nunes Pereira, um sacerdote da terra, conhecido pela sua obra em gravura e pela escrita de poemas.
Capela de Nossa Senhora da Guia
Do templo primitivo, provavelmente do séc. XVI, já nada existe. A atual capela possui, exterior e interiormente, uma linguagem arquitectónica moderna, da autoria do arquiteto Alves Martins.
No interior, um altar idealizado por Monsenhor Nunes Pereira remete-nos para o ambiente dos primeiros templos do cristianismo. Mas a decoração interior assenta em seis painéis de grande formato do pintor fajaense Guilherme Filipe, nas quais representa várias cenas da vida de Nossa Senhora, diz-se que retratando neles pessoas e paisagens de Fajão. Na parede de fundo do templo, um nicho aloja uma imagem de Nª Srª da Guia
Igreja Matriz
O atual templo, dedicado a Nª Srª da Assunção, padroeira da aldeia, foi edificado no séc. XVIII sobre um templo primitivo, já bastante arruinado, provavelmente do séc. XVI. A sua construção iniciou-se em 1788 existindo na fachada uma pedra de xisto gravada com a data 1789, que corresponderá à data de conclusão da obra. Desde então sofreu fortes modernizações que lhe alteraram a traça. No interior, os retábulos setecentistas, incluindo o altar-mor, são de visita obrigatória.
Piscina Pública
De visita à aldeia, aproveite para relaxar neste espaço de lazer. Além de se poder refrescar nos dias de calor, a vista é simplesmente fabulosa.
Fontes: daqui e daqui
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