A paisagem habitual da Ribeira do Porto, ficou diferente. O Navio Escola Sagres atracou junto à Ponte Luiz I para ser um dos protagonistas das comemorações do Dia da Marinha.
Depois de uma viagem de cerca de 3 horas, do Terminal de Cruzeiros de Leixões até à Ribeira, o navio atracou, atraindo todas as atenções, principalmente dos Fotógrafos que não deixaram passar a oportunidade sem o fotografar, principalmente à noite, com a magia das suas luzes.
Pela lente do Fotografo Rui Miguel Melo, partilhamos um pouco dessa magia....
O Navio Escola Sagres é o navio mais condecorado da Marinha Portuguesa e o único a ostentar condecorações estrangeiras no respetivo estandarte nacional.
"O Navio-Escola Sagres é como que um prolongamento da nossa plataforma continental insular, [...] uma escola de bem formar e bem servir, [...] uma expressão da alma portuguesa, da nossa vontade, da nossa coragem, da nossa determinação, da nossa qualidade, bravura e da nossa resistência."
O Presidente da República
Marcelo Rebelo de Sousa
História da simbólica embarcação
Da história do Navio Escola Sagres, e segundo informa a marinha, é o mais condecorado e o único a ostentar condecorações estrangeiras no respetivo estandarte nacional. Estreou-se nas regatas internacionais em 1964, naquela que foi também a primeira regata transatlântica dos grandes veleiros.
Foi construído, em 1937, em Hamburgo, tendo recebido o nome de "Albert Leo Schlageter". Danificado durante a II Guerra Mundial foi capturado pelas forças americanas e, posteriormente, cedido ao Brasil.
Em 1962, Portugal adquire-o ao Brasil para substituir o então Navio Escola "Sagres". Este tinha sido também um navio alemão, construído em 1896. Durante a I Guerra Mundial foi tomado por Portugal, nos Açores. Nessa altura foi-lhe então dado o nome "Flores" e posto à disposição dos ingleses, que o utilizaram para transportar material de guerra. Após o final da guerra, o veleiro foi devolvido pela Inglaterra e terminou a sua utilização como navio mercante. Em 1924, é então incorporado na marinha portuguesa, como navio escola. Esta razão explica o facto de, nomeadamente no estrangeiro, o atual "Sagres" ser muitas vezes apelidado, erradamente, de "Sagres II". Na realidade, este é o terceiro navio-escola com o nome "Sagres".
O primeiro foi uma corveta em madeira, construída em 1858, em Inglaterra, que armava em galera. Fundeada no rio Douro serviu como navio escola, para alunos-marinheiros, entre 1882 e 1898.
Duas circunavegações no historial
O atual "Sagres" foi aumentado ao efetivo da marinha em fevereiro de 1962. A sua continuidade como navio escola teve como principal objetivo assegurar a formação marinheira dos cadetes por forma a complementar a instrução técnica e académica ministrada na Escola Naval.
Desde 1962, o Navio Escola Sagres efetuou, todos os anos, viagens de instrução, exceto em 1987 e 1991. Para além das viagens de instrução tem como missão a representação de Portugal, e da marinha portuguesa, funcionando como embaixada itinerante.
Com 60 anos ao serviço do nosso país efetuou duas circunavegações, em 1978/79 e 1983/84, e outras viagens de duração superior a oito meses, tendo visitado já 61 países. Nas duas voltas ao mundo passou o canal do Panamá, bem como na viagem em que participou na Regata Colombo, em 1992. Em 1993 passou o cabo da Boa Esperança, fez escala em Cape Town, na África do Sul, e visitou o Japão pela terceira vez.
Tem o Infante D. Henrique como figura de proa. A divisa do grande obreiro dos Descobrimentos - “talant de bien faire” (vontade de bem fazer) - é, ainda hoje, utilizada no brasão de armas da Escola Naval.
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